3 de jan. de 2013

cOr P0


CORPO
*----(pausas)



I




Corpo---

corpo---

anticorpo-

corpo---------

---

cada corpo

---corpo---

é o anticorpo

morto




do corpoutro----


------

Corpo

o---anticorpo----

corpo---




EO sou-

o antígeno-

ingênuo-

perdido

no branco

tão denso

do leuco

do leite

e o veneno--

procura

antígeno

higiênico

moreno

atinge

no copo

o anticorpo

do corpo todo-- doendo---

e fazendo

do corpo-

a-corpo

anticorpo

do mesmo.>>...

Corpo

anti-corpo

---anti-do-corpo---

deitado com o Rosto

e a réstia doutro

torto corpo

trem3nd0

de febre

sem corpo

se ardendo

sem luz:

corpo negro

anticorpo

modesto

na neve em floco

não dá sossego

diablo

ao corpo,e :

quer vivo

quer morto

o corpo

preso

e s o l t o:

Dentro do corpo

o anticorpo termo

qual corpo

possa ser

o Meu

sem o que v a i

para longe do teU?

Corpo,

é anti-corpo

alma do pouco

corpo meu.




II




Anticorpo-

é morto

salvo

ao relento

pelo

noS

pêlos

do

corpo;

é o pouco que temos

pé sobre

o PÉ

ferid0

corpo refeito

---anti-corpo-----

anticorpo é a alma

com asa

i m e n s a

corpo

é corpo

e sempre

sem anti

só mente

é doença

corpo nu

da presença

de um anticorpo sádico

corpo rude e cru

É

seu

antídoto mágico




III


Corpo

é mudo

anticorpo-

pro fundo

de

dentro e

fora e

dentro

e fora e

dentro



frente -

e costas

afronte-

em costa-

à frente

se a frente há

encosta

corpo

com rock

no anticorpo com bossa

em bar

imundo--

limpa de novo

balcão do

anticorpo purgo-

com dose de estorvo e pinga

--- és corpo de  todo o mundo----

corpo

nostro corpo:

s do corpo

poema &  esboço---

anticorpo do esqueleto

--OSSo---

e corpo, dum corpo.

(o) Antigo e (0) seco.

(DUpL0 CoRPO.)










22 de dez. de 2012

Marte


Marte---

mar de lama distante---

me diz quando tu vem---

abrigar o céu

mínimo

e não chovendo

grande

e plano?

Sempre pele de índio---

flecha avante---

bumerangue cordel----

frente de batalha-

lindo-----------------

Marte aceso no escuro é da cor de um muro

velho-

vai disputando com os fios de lux concentrados no tempo ocioso

Marte-

arte de fera

sufoca de longe o mundo com tua chama

como uma cidade esperta

cheia de obras desencantadas de barro

de soma guerreira-

que se levanta e passa

enquanto dormimos-

e adormecemos o mimo

da canalha espreita.

Quadrante das constelações -

dos espaços entre mim e ela--

nunca pôde

devorar o meu calor todo

nem mesmo flamejar a espera

do meu olho

atômico--- fio ligando outro

à noite

em mim à parte do visto--

Marte-

no horizonte à tarde

confunde-se com um resto de céu--

vermelho e tinhoso-

todo marte também.

Marte-

jóia na caixa-

cintila no indecifrável

e eu prefiro quando anoitece-

e renasce o contraste

entre Epos e o véu

translúcido de estrelas brandas-

como que acalmando a fúria

do temeroso encarnado avante

apreciável e reticente-

próspero farol->

do homem que sem Eros-

Dalva clara

e distante-

se guarda em rancor e range

pleno

da sua paixão em ferroar

e seu ódio pela dor do incerto>

que dói------------------------------------------

---dor de marte

em escorpião---

marte-----

Marte

tarde-

até tarde da noite

no verão-

marte é-

sol secreto--

raio discreto--

sem trovão

Marte.



14 de dez. de 2012

23 de nov. de 2012

@

<@>
Um copo americano

cheio de pinga

é

a última flor

da tecnologia.

Qualquer palavra

ralé vasa >@<

e um equipamento eletrônico

hoje é peça
 
do que o amanhã não se bebe.

Ainda se brinda,

oriunda física,

com ciranda de mãos dadas,

e a menina rica brinca,

minha filha in vitro,

de touchpad no aquário.


18 de nov. de 2012


Esse ódio é do tamanho do meu dedo indicador

de carne, rijo, não se dobra a quem convém

E, ao invés de apontá-lo em sua cara

com despeito e mágoa,

soltei uma de ferro que vazou teu corpo

E foi-se embora

Varando como se fosse nada,

Esse ódio

do tamanho do meu dedo é aço.




Podia-se tentar um dedo de prosa,

ou muitos deles nos grossos fios de pelos

removendo cada peste e fragmento imundo

guardados a sós, nós, em cadeiras comuns

e sem ressentir, vinha tudo em paz

num estalar deles

Mas esse ódio

de tamanho mínimo

é osso.




que há muito tempo fica tremendo a mandar no gatilho

e se acovarda na varanda dos filhos, para que não vejam

e a linda moça à espera tirando a cor antiga com arma química

a lógica da armada, inútil coro de amor à rajada

Indigna escória

o único barulho que se vai em música,

que nem choro

vai abafando

é o estalar deste dedos com a máquina brava

que reproduz, num segundo, tantas pragas iluminadas

e a única cor que decorei em meus olhos

É do meu dedo escuro de pólvora

e dum outro aparando a lágrima. Unhas vermelhas.



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